Celso Jatene

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Um ano e meio após os atentados terroristas de 11 de setembro, o mundo volta a pedir paz. Infelizmente, as manifestações pacifistas, que já antecediam os ataques dos Estados Unidos ao Iraque e continuam levando milhões de pessoas às ruas das principais cidades do planeta, mostraram-se ineficazes diante do "senhor da guerra".

Nada justifica a batalha campal. Não será com invasões e bombardeios que se conseguirá banir regimes ditatoriais e que possam ser uma afronta aos cidadãos de bem. A guerra nunca foi e nunca será o melhor caminho para o estabelecimento dos princípios democráticos.

Por esta razão, em meio a todo o processo que precedeu a presente guerra, a diplomacia e as orientações das Organizações das Nações Unidas não podiam ter sido destratadas e desmoralizadas. Não que esta posição seja um apoio a Saddam Hussein. Tampouco defendo a postura precipitada adotada por George W. Bush e seus aliados. Apenas engrosso a esmagadora maioria que defende a paz. Clamor que foi difundido por diversos líderes mundiais, inclusive pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Indiferente aos apelos da comunidade internacional, a força aliada deu início à guerra no último dia 20. Uma batalha que, segundo especialistas, promete ser mais sangrenta e duradoura do que o previsto por seus idealizadores. Seus resultados repreensíveis têm sido transmitidos para todo o mundo, mostrando explosões, morte de militares aliados, ataques contra civis inocentes e até cenas de soldados fardados enterrando crianças em covas rasas. O horror ao vivo e em cores.

Ao mesmo tempo em que nos mantemos atentos aos fatos que ocorrem no Oriente Médio e reiteramos nosso desejo pela paz mundial, temos de voltar nossos olhos para a violência que impera em nosso País e especificamente em nossa cidade. Apesar dos esforços louváveis de nossos governantes, a criminalidade continua em linha crescente e amedrontando os cidadãos brasileiros.

No Rio de Janeiro, o chamado "poder paralelo" dita regras e espalha o terror pelas ruas da capital fluminense. Simultaneamente à força do tráfico, a violência do dia-a-dia faz inúmeras vítimas.

Infelizmente, na nossa cidade o quadro não é diferente. Se não temos o crime organizado influenciando de forma tão evidente no cotidiano quanto no Rio, nós, paulistanos, passamos pelo mesmo medo provocado pela violência diária que faz vítimas inocentes.

Para efeito de comparação com o combate no Oriente Médio, vamos aos números. Desde o início da guerra do Iraque, na quinta-feira (20 de março), até o domingo seguinte (23), as forças americanas haviam perdido 30 homens nos combates. Da meia-noite de sexta-feira (21) às 10h de Domingo (23), 33 pessoas foram assassinadas em São Paulo. Teotônio Vilela, na zona leste, e Parelheiros, na zona sul, foram as áreas com maior número de crimes.

É preciso alertar que o Brasil também está em guerra. Uma guerra contra a criminalidade, que tem de ser combatida duramente pelo Poder Público, com a força de todos os cidadãos de bem. Uma guerra também contra o desemprego, a miséria e a fome. Desejo que o Brasil e a cidade de São Paulo saiam vencedores. E farei o possível para tanto, com seriedade sempre.

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